Wellington Priori é um representante do futebol brasileiro no exterior

Em entrevista exclusiva para o site Futebol de Ouro Brasil, Wellington é um representante brasileiro no exterior. Natural da cidade de Taboão da Serra/SP, atualmente o atleta joga na equipe Jamshedpur F.C (Índia). Priori fez toda sua base na equipe de Barueri/SP e teve passagens como profissional por Joseense/SP e Alecrim/RN, ambas equipes brasileiras. No exterior já passou por equipes como Army United (Tailândia), Pattaya United (Tailândia), Gwangju FC (Coréia do Sul) e  Northeast United (Índia).

O Zagueiro e Meio campista está com ótima expectativa para a temporada 2018/19, já que o time conta com treinador novo para o comando da equipe. O atleta espera fazer uma pré-temporada excelente e chegar preparado para brigar pelo título do campeonato. Priori disputará o (ISL-Indian Super League).

Crison Costa Preparador Físico do CAP Uberlândia

Portal Futebol de Ouro Brasil – Entrevista com Crison Costa.

O Preparador Físico diz estar empolgado e preparado para assumir o CAP Uberlândia para Campeonato Mineiro de 2019 no Módulo II. Crison disse que o clube é bem organizado e tem uma estrutura muito boa, o CAP Uberlândia é uma equipe nova e busca o acesso para a primeira divisão, o clube vai ter pela frente seu principal rival o Uberlândia Esporte Clube que já disputou por vários anos o campeonato mineiro da primeira divisão e tem grande tradição em Minas Gerais. A apresentação foi feita dia 5 de janeiro e o campeonato se inicia dia 9 de Fevereiro. Os jogos da equipe aconteceram no Estádio Parque do Sabiá que tem capacidade para 53.350 pessoas e equipes tradicionais como Cruzeiro e Atlético Mineiro jogaram várias vezes no local.

Foto: Daniel Labanca Estádio Parque do Sábia

Crison já foi Atleta Profissional de futebol e teve passagens por clubes de São Paulo, Minas Gerais e do Japão, agora atua como preparador físico e sua última equipe foi A.A Francana clube do interior paulista.

Crison Costa em seu último trabalho na A.A Francana clube de São Paulo

Paulo Martins fala sobre sua carreira e livros publicados – Parte I

Entrevista com o Prof. Paulo Martins – Futebol de Ouro Brasil

Meu nome é Paulo Sérgio Martins, sou natural de Uberaba/MG, tenho Formação em Educação Física, licenciatura plena, pela OSEC em 1985, atual Unisa – Universidade de Santo Amaro, tenho Pós-Graduação em Fisiologia do Exercício e especializações em Futebol e Administração e Marketing Esportivo, já ministrei aulas para cursos de graduação em Educação Física da UNISA – Universidade de Santo Amaro, ministrei cursos de extensão universitária em diversas áreas ligadas ao futebol e já publiquei três livros juntamente com meu grande amigo e Professor Marco Aurélio Paganella. Já trabalhei também como técnico, coordenador de esportes e gerente de esportes em clubes como: Clube Delfim Verde, Clube Ipê, E.C Sírio, C.A. Indiano, Clube Alto de Pinheiros e Alphaville Tênis Clube, onde nesse último fui Gerente de Esportes por mais de uma década. Fora do Brasil trabalhei em clubes de futebol nos Estados Unidos, como Tempe Soccer Club, South Bank, Awatuck Soccer Clube e atualmente trabalho como Diretor Técnico do Phoenix Brazas Soccer Club dos Estados Unidos. Ainda fora do Brasil participei do comando técnico e de gestão de equipes de futebol de diferentes categorias da Base ao Principal em torneios internacionais de futebol em países da América do Sul como chile, Uruguai e Argentina e em torneios europeus na Suécia, Holanda, Áustria, Itália, Dinamarca, Finlândia e Espanha. Também trabalhei na elaboração e desenvolvimento do Projeto Esporte Talento, de Educação pelo Esporte, perante ao Instituto Airton Senna e USP – Universidade de São Paulo, bem como participei da criação, desenvolvimento e consolidação da Copa Paulista de Futebol de base por 12 anos.

Fale um pouco sobre seus livros

A questão dos livros eu comecei a escrever depois dos 50 anos de idade. A ideia no Brasil quando se fala em escrever um livro ela passa muito longe de um interesse financeiro, porque o retorno é muito pequeno e o investimento é alto. Então resolvemos escrever o livro no sentido de compartilhar as informações, dividir conhecimentos e disseminar aquilo que nós vivemos e desenvolvemos ao longo de nossa carreira. Dentro dessa linha eu resolvi a partir dos 50 anos e com mais de 30 anos de carreira, dividir esses conhecimentos. O meu primeiro livro teve o tema Futebol e seus fundamentos, tendo sempre como meu parceiro o professor Marco Aurélio Paganella, no qual trabalhamos ministrando aulas na Universidade de Santo Amaro.

O livro Futebol e seus fundamentos foipublicado em 2013 pela Editora Ícone e foi um trabalho bastante extenso com 26 capítulos, a nossa ideia é que ele se tornasse um manual prático do futebol, nós adotamos uma linguagem técnica e informações científicas para que o público alvo tivesse uma formação em Educação Física, e isso foi feito, estamos felizes porque teve uma boa aceitação pelo público e ele acabou sendo adotado por algumas universidades em seu currículo nas aulas de futebol.

O 2° livro trata da Gestão de Clubes Esportivos e foi publicado em 2016 também pela Editora Ícone, e o interessante foi que eu escrevi ele em pouco mais de um mês, nós relatamos todas as formas de sucessos que tivemos trabalhando na gerencia de clubes esportivos, e pra mim que passei 18 anos trabalhando no Alphaville Tênnis Club, tudo aquilo que fizemos de projetos a forma que foi administrada e os melhores resultados a gente colocou no livro, é um livro bem amplo e que dá uma ideia de como é fazer a Gestão do esporte e eventos dentro de um clube com realidade social como tantos em São Paulo.

O 3° livro foi publicado agora em 2018 pela Editora CRV, com o tema Jogos Especialmente Criados para a Aprendizagem, o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento do Futebol, sobre esse último tema ele foi bem interessante, resolvemos fazer um registro em cima de métodos para futebol. Então como a gente sabe que o futebol é uma habilidade na qual você não nasce sabendo, a gente precisa aprender.

São três princípios básicos que considera para que se efetiva uma aprendizagem, primeiro deles é a repetição, segundo é o princípio da variabilidade onde acontece a repetição com variáveis e o terceiro é mais complicado, é o da resolução de problemas, como que aquilo que você repetiu e variou se aplicaria em uma situação de jogo, então esse é o terceiro princípio. Só para ilustrar, o futebol é diferente da natação onde você aprende a técnica e depois cai na piscina e vai desenvolver o que você aprendeu, mais ai entra a diferença, na piscina ninguém vai te segurar ou atrapalhar seu nado/técnica. No futebol você passou por todos esses ensinamentos de técnica igual da natação, mais dentro de campo vai ter alguém bloqueando e dificultando suas ações. Então esse terceiro elemento é muito importante para o desenvolvimento do futebol.

Contato para realização de palestras, clínicas e eventos esportivos – Paulo Martins -(011) 9 8088-3995 (WhatsApp) / São Paulo/SP.

E-mail – psmartins05@gmail.com

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Os Craques da Várzea – Entrevista com Denis Fidelis

Futebol de Ouro Brasil – Os Craques da Várzea

SOBRE

“Os Craques da Várzea” é um canal voltado para os amantes do futebol raiz e tem como principal objetivo promover atletas do futebol amador, mostrando suas histórias e cotidiano, de uma forma descontraída e dinâmica. Conectar o futebol da comunidade com estilo novo de abordagem.

Vídeo de Apresentação “Os Craques da Várzea”

Desde pequeno escuto histórias de possíveis jogadores na minha família, grupo de amigos, no meu bairro ou em outros lugares, que poderiam ter se tornado jogadores profissionais pelas suas façanhas dentro dos campos de terra batida. Tento imaginar e compreender o motivo de não terem seu sonho alcançado. Espero conseguir mostrar para o público o seu merecido reconhecimento e a jornada que cada um precisou enfrentar, incentivando futuros jovens que buscam o sucesso no esporte, mostrando que é possível, mesmo que tenham dificuldades. O importante é que não percam a esperança.

Os Craques da Várzea -1°Entrevista com Denis Fidelis

Os craques da várzea Denis Fidelis

Queria agradecer ao Denis Fidelis pela primeira entrevista do nosso canal, ao Emílio Miranda e Wellington Souza responsáveis pelo Centro de Práticas Esportivas da USP por ceder o espaço para a realização do nosso primeiro projeto.

Beto Portella fala sobre sua carreira e de como é trabalhar em uma Seleção de Futebol

Fale um pouco sobre sua carreira

Meu nome é José Roberto Portella Filho, conhecido como Beto Portella, sou natural da cidade de São Paulo e atualmente sou Treinador da Categoria Sub-15, Auxiliar Técnico e Preparador Físico da Seleção Principal do Paquistão, tenho formação em Educação Física pela Faculdade FMU de São Paulo, sou treinador licenciado pela CBF (Licença A) e fui atleta profissional de futebol.

Como jogador atuei até o ano de 2009, sendo a minha última equipe como profissional, o Nacional Atlético Clube de São Paulo. Em 2010 comecei a trabalhar no próprio Nacional como treinador da equipe sub-17, preparador físico e auxiliar técnico da equipe profissional. A partir de 2010 passei por todas as categorias do clube, sendo Sub-15, Sub-17 e Sub-20 como treinador. Depois virei coordenador das categorias de base e continue como auxiliar técnico da equipe principal, ou seja, passei por todas as categorias do clube de 2010 a 2015.

Em 2015 fui para o Guaratinguetá como treinador da equipe profissional, onde disputamos na Turquia a INTERNATIONAL ROYAL CUP, sendo um torneio muito interessante onde disputaram grandes clubes europeus, depois de 2 meses voltei para o Brasil e retomei meu trabalho no Nacional como coordenador da base e treinador do Sub-17 e Sub-20.

Em 2016 me transferi para o Grêmio Osasco onde fiquei até julho, e depois me transferi para o Clube Atlético Sorocaba ficando até novembro. Em 2017 voltei como coordenador da base do Nacional mais uma vez assumindo como treinador da categoria Sub-20.

Em maio de 2018 acertei minha vinda para a seleção Profissional do Paquistão, e nesse momento da minha carreira estou aprendendo muito porque o treinador principal da Seleção é o renomado técnico brasileiro José Nogueira que possui a licença Pró da CBF e uma vasta experiência no futebol. Então pra mim está sendo um aprendizado a cada dia e a nossa relação é muito boa, sadia e muito fidedigna.

José Nogueira e Beto Portella

Fale um pouco da função de um auxiliar técnico dentro de uma seleção.

Aqui na seleção tive que acumular duas funções, preparador físico e auxiliar técnico, pelo motivo do país não ter hábito e nem a cultura da preparação física. Então faz parte da minha função, analisar e editar vários jogos, fazer escalte de treinos e jogos, dosar as cargas de treinamentos como intensidade e volume, ser um intermediador entre os jogadores e treinador principal, ser um intermediador entre a diretoria e o treinador, e acima de tudo blindar o treinador de qualquer tipo de problema que possa atrapalhar a conduta dele com o time. Outra parte da função que eu exerço é a organização de treinos, jogos e viagens; como (organização de horários e locais de almoço), (horários e locais de treino) e a qualidade do gramado. Tudo isso eu filtro para passar os treinos com clareza e objetividade.

Quando vamos viajar de ante mão, eu também, organizo as acomodações dos atletas como a numeração dos quartos quando nós viajamos, organizo a relação dos campos de treinamento, a distância entre o hotel e o estádio, ou seja, “minha função está sendo organizar todo tipo de treinamento, planejar, organizar e filtrar todas as informações pra que elas cheguem de forma clara e objetiva para que não perca tempo com coisas irrelevantes”.

A Federação Paquistanesa pediu uma licença com a FIFA em 2005. Por quê?

O Paquistão teve um grande problema político em 2015, quando um grupo da oposição política invadiu a federação paquistanesa de futebol com dezenas e dezenas de homens armados com metralhadoras e facas, esses homens rederam os seguranças e entraram dentro da federação, colocaram fogo em todos os documentos que eram em forma de papel e roubaram todos os computadores com os documentos que eram em formatos de software, ou seja, todos os documentos referentes a federação com a FIFA foram roubados ou queimados. Todos os equipamentos como bolas e uniformes foram perdidos ou roubados também, além disso, colocaram fogo em vários quartos e salas de reuniões da federação, e por esse motivo a federação paquistanesa pediu uma licença com a FIFA, ficando quase 4 anos inativa de 2015 a 2018. Em março desse ano eles voltaram as atividades na sede da federação ainda em reforma, eu particularmente morava no quarto que tinha o teto queimado pelo Incêndio.

Como você vê a estrutura do país no futebol?

O Paquistão atualmente ocupa a posição 201 do ranking oficial da FIFA. O País está muito atrasado no futebol em relação as outras seleções, principalmente os países desenvolvidos no futebol, como é o caso do Brasil, Portugal, Inglaterra, Espanha, Itália, Japão, enfim, uma série de outros países. Então nesse aspecto eles estão muito atrás, a intenção é realmente de fomentar, incentivar e colocar qualidade na liga doméstica, para que isso desenvolva o futebol local e automaticamente melhore o nível dos atletas.

O futebol é o segundo esporte do país, eles tem intenção de que o futebol cresça, mais primeiramente precisa criar uma liga doméstica mais forte, competitiva e de alto nível, coisa que hoje não temos, então o primeiro passo é esse. O segundo passo é a seleção melhorar no ranking da FIFA e chegar o mais longe possível nas competições que for disputar. A meta é em 2 anos conseguir colocar o Paquistão num patamar mais adequado e não continuar na posição de 201, queremos chegar na posição de 160 ou 170 no ranking da Fifa.

O esporte mais praticado no Paquistão é o Críquete, inclusive esse esporte é top 5 no mundo, se eu não me engano o país ocupa a quarta ou quinta colocação no ranking, então, o Críquete aqui é muito conhecido e disseminado, até pela facilidade de se jogar, não precisa de gol de trave, só precisa de um campo ou uma rua e poucos jogadores, então é muito fácil de se praticar.

Como é a religião?

Eles são extremamente praticantes da religião Islâmica (mulçumano), frequentam a mesquita deles todas as sexta-feiras, sendo um dia sagrado como se fosse nosso domingo. Mais eles rezam a todo momento (antes, durante e depois dos treinos), eles possuem mesquitas próximas com alto falantes e quando inicia uma reza eles param para rezar. São 100% religiosos, 100% seguidores do alcorão, 100% da prática islâmica. O engraçado é que eles sempre nos agradece pelo respeito em relação a religião deles, quando eles estão na prece deles, eu e o Prof. Nogueira fazemos a nossa prece católica (Cristã), não temos confronto e nem conflito, convivemos muito bem. Mais é um povo que vive para Alá, que é o Deus deles, e é assim 100%, não tem meio termo, são literalmente bitolados em termos religiosos.

Qual é a sua expectativa para sua carreira?

Eu nunca tinha trabalhado em uma seleção e poder trabalhar é um sentimento completamente diferente, ainda mais representando uma nação de mais de 220 millhões de habitantes. Eu sempre trabalhei em clubes pequenos como Nacional, Guaratinguetá, Atlético Sorocaba e Grêmio Osasco, são clubes municipais praticamente regionais que não tem tanta torcida, e trabalhar em uma seleção tem uma magnitude muito grande e uma exposição de área bem ampla, todo dia tem cobertura de imprensa e sempre tem alguém querendo saber como foi o treino. Então a responsabilidade naturalmente fica maior, não temos margem para erro, porque um erro pode ser fatal, a organização é imprescindível, a sabedoria, e acima de tudo o profissionalismo para saber lidar com todas as adversidades e poder prosperar mediante todas as dificuldades também.

“Então minha expectativa é permanecer na Seleção do Paquistão” é uma seleção, obvio, que está engatinhado na bola não podemos negar, não é igual uma Seleção Brasileira, Argentina ou Espanhola, estamos a quilômetros de distância entre uma seleção top e a nossa, mais a passos largos a gente pretende em 2 ou 3 anos conseguir grandes objetivos, principalmente na região asiática que é a nossa sede. Queremos cada vez melhorar nas competições e fazer com o que as outras seleções comecem a temer a seleção paquistanesa. Queremos que elas pensem “Vamos jogar contra a seleção Paquistanesa e vai ser um jogo muito difícil, e não aquela baba do Paquistão”, a primeira ideia é mudar a concepção dos adversários em relação a nós.

Poder continuar aqui e obviamente acompanhar o Prof. Nogueira é importantíssimo para minha carreira e crescimento pessoal, ele foi imprescindível para a minha vinda, se não fosse ele eu não estaria aqui, então agradeço ele diariamente, sou seu fiel escudeiro e ele tem um parceiro aqui que sou eu, em todas as horas, como horas boas e ruins. Mais poder continuar a seguir ele possivelmente aqui ou onde quer que ele esteja seria muito importante para mim. Quero tentar realmente trabalhar em outra seleção daqui uns anos, numa seleção melhor ranqueada na FIFA, mais a intenção principal por agora é continuar no Paquistão, mesmo que apareça outras ofertas eu tenho muito interesse de ficar aqui com o Prof. Nogueira onde nós temos uma meta, e como ele costuma falar, “a gente deve cumprir a nossa meta”, então espero que as coisas possam se desenrolar da melhor maneira possível e que a gente permaneça mais alguns anos para poder disseminar cada vez mais o nosso conhecimento.

Está tendo dificuldade na adaptação?

Eu cheguei aqui na época de Ramadã que é uma época muito difícil, muito difícil mesmo, pra quem é praticante já é complicado imagina pra quem não é. Existe um jejum que dura o dia inteiro e para explicar melhor, os atletas podem tomar água e se alimentar das 19:00 as 02:45 da manhã, depois disso eles não podem se alimentar e nem beber água, então tem só esse período curto para comer e beber água, e depois eles passam o dia inteiro sem se alimentar. Para eles que vem na rotina de vários e vários anos eles sentem menos, agora, eu e o professor Nogueira sentimos muito, nós não queríamos ser indelicado e afrontar a cultura e a religiosidade deles e comer alguma coisa, então tentávamos ao máximo não comer, e quando a gente estava no ápice da vontade de quase passar mal procurávamos alguma loja como o Subway ou McDonald’s, e mesmo assim estava fechado. Então nós comíamos pão, torrada, comia chocolate, bolachas para tapiar a fome. Nós tínhamos que aguardar até a hora sagrada deles terminar para liberar a comida e a água, foi um período muito difícil, alguns atletas passaram mal durante os treinamentos, nós não podíamos diminuir a intensidade devido ao calendário, porque poderíamos ficar para trás, e ao mesmo tempo precisamos entender que eles estavam na época de Ramadã, nós tiramos o pé um pouquinho mais não o suficiente para atender a demanda energética deles, que era de não se alimentar, então foi um período difícil para eles e para nós também que não estamos acostumados, em muitos momentos sofremos tonturas e muita fome mesmo.

Fale um pouco sobre a comida Paquistanesa e a sua moradia no país

A Comida paquistanesa é muita boa, é “gostosa e saborosa”, mais tem um grande problema, eles colocam pimenta em tudo e pimenta fortíssima, eles colocam pimenta inclusive na melancia, no melão, na banana. Então pensa, se eles colocam pimenta nas frutas imagina no frango e no arroz, sofri muito com isso, muito mesmo, até o momento que tive uma intoxicação alimentar e fui parar no hospital, fiquei três dias internado tomando soro devido a comida. Mais em resumo é uma comida boa, agora estou dosando e sendo mais inteligente para comer, me alimento em pequenas porções, fujo da dieta 2 ou 3 vezes por semana para comer pizza ou um sanduíche.

Eu morava na sede da federação paquistanesa no local onde foi invadido, só pra lembrar, o meu quarto ainda tinha resquício no teto devido ao fogo que colocaram e o chão do meu quarto era todo quebrado devido a invasão, então tinha dois sinais no meu quarto. Posteriormente a isso eles iniciaram uma reconstrução da federação juntamente com a FIFA e me deslocaram em um hotel bem simples, nada de luxo, é um hotel de uma estrela, mais tem café da manhã, uma cama, tem água gelada não é quente, mais não posso me queixar de nada.

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Como está sendo a relação da fala e o clima do país?

A língua oficial deles é o Urdu, é uma língua muito difícil de entender porque eles falam de uma forma muito rápida e ininterrupta, então não é igual nós brasileiros que fala e para, eles falam uma frase inteira sem parar, é uma frase longa que quase não tem interrupção. Eu ainda não sei falar obviamente, mais aprendi algumas palavras como bom dia, boa tarde, boa noite, tudo bem, vamos treinar e contar de 1 a 10, eu aprendi as palavra chaves do dia-a-dia. Nossa comunicação é 100% em inglês, eu posso te garantir que 90% ou 85% do elenco fala inglês, alguns falam muito mal outros um pouquinho melhor e uns mais claramente, mais a maioria consegue se comunicar bem. Mais a comunicação não é problema, principalmente porque a linguagem do futebol ela é universal “impressionante”, você não precisa falar a mesma língua, “A bola automaticamente te eleva a falar a mesma língua”.

Em relação ao clima eu sofri muito foi pior que o ramadã, a temperatura aqui é elevadíssima a gente chegou a pegar 48°graus com sensação térmica de 55°, e no começo eu estranhei muito mesmo, nós treinávamos a noite e mesmo assim a temperatura estava 39°, 40° ou 41° graus. Quando começamos a treinar no período da tarde às 16:00 horas isso depois do ramadã, a temperatura era de 42° graus ainda. Particularmente eu tive muito problema com o calor, até porque eles usam de costume o ar condicionado entre 16° e 18° graus e do lado de fora era 48° graus, esse choque térmico para mim é péssimo porque tenho sinusite, esse é um dos meus maiores problemas é um clima muito seco e com sol todo dia. Quando chove fica 10 ou 15 minutos chovendo e depois para e fica abafado de novo. Então é algo que realmente é muito difícil, é muito diferente do clima do Brasil que é tropical mais específico da cidade de São Paulo.